A Dimensional Engenharia pretende investir de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões no campo de Vale do Quiricó, na Bacia do Recôncavo, até o final de 2018. A companhia fará uma reentrada no poço já perfurado na área, além de um teste de longa duração. A intenção é iniciar a produção no campo até meados do ano que vem.
Vale do Quiricó foi arrematado na 4ª Rodada de campos marginais da ANP, evento que marcou a entrada da Dimensional no setor de E&P. No momento, o foco da empresa está em recuperar a licença ambiental da área para poder seguir em frente com as atividades assim que o contrato de concessão for assinado, em 31 de agosto. Já foram iniciadas, inclusive, as conversas para contratação da sonda e workover.
“É um poço que está parado há 20 anos, então primeiro queremos entender esse ativo e aí temos uma série de cenários de próximos investimentos. Inclusive, se o reservatório for como estamos simulando, podemos fazer novos poços. Temos confiança de que com os dados estudados é um ativo rentável e que tem grandes chances de até superar as expectativas”, explica Vinicius Benevides, diretor operacional da Dimensional.
A companhia estuda até mesmo a possibilidade de montar um projeto de geração integrada de energia elétrica na área, com a instalação de uma térmica de 1,5 MW a 2 MW, que poderá começar a produzir energia já no final de 2018. O projeto já está em fase avançada de estudos, mas depende dos resultados dos testes de produção para seguir em frente. Enquanto isso, a Dimensional segue estudando outros ativos de energia elétrica e se prepara para entrar em leilões de linha de transmissão.
Até então voltada principalmente para a execução de obras de infraestrutura e de execução civil, a companhia agora volta suas atenções para o setor de petróleo e gás. A empresa começou a estudar os campos oito meses antes do leilão de áreas marginais, com a estratégia de apostar no setor de petróleo para montar uma carteira de ativos de longo prazo e ganhar estabilidade na carteira.
“É um movimento planejado há algum tempo. O problema das obras é que é um mercado cíclico, então a empresa tem um efeito sanfona grande. Estamos mirando ativos de longo prazo, onde conseguimos fazer um planejamento estratégico de futuro com um período mais longo”, explica Benevides.
No curto prazo, a companhia não pretende partir em busca de novos ativos, apesar de admitir que está aberta ao diálogo para possíveis parcerias. A empresa acaba de ser classificada com Operadora B pela ANP e, com isso, poderá operar em áreas de águas rasas, em lâmina d’água de até 400 m.
“Como é uma área nova na empresa, por filosofia, começamos sempre de um tamanho pequeno, para absorver conhecimento específico, entender do mercado. Queremos aprender o negócio para tentar alçar voos maiores. Estamos abertos, mas em curto prazo não buscaremos parceiros, queremos caminhar com as nossas pernas”, explica o diretor.
Apesar do foco em Vale do Quiricó, este não era o único ativo mirado inicialmente pela Dimensional. No leilão de áreas marginais a empresa chegou a tentar levar a área de Itaparica, onde também pretendia implementar um projeto de geração integrada de energia, mas acabou perdendo para a Newo.
Apesar de afirmar que quer focar apenas em um ativo no momento, a companhia não nega que ainda tenha interesse na área de Itaparica, que também tem uma área marítima, onde a Newo não poderia operar, já que não é classificada como operadora B.
“Estamos abertos a conversar com outros players do mercado, inclusive para prestar serviços como operador em áreas onde o concessionário não é operador ou não tem a qualificação que conseguimos. Queremos ser um operador diferenciado e classificado entre os melhores de pequeno e médio porte. Este é o objetivo: estar entre os melhores, não entre os maiores”, conclui Benevides.
Fonte ( Brasil Energia )